A diversidade contra o ódio: o “lado colorido da força”. Entrevista especial com Christian Gonzatti

“Assim como as forças ignorantes, das trevas maldosas, souberam usar muito bem o digital para espalhar desinformação, nós, o ‘lado colorido da força’, também precisamos usar”, afirma o pesquisador

Por: Ricardo Machado | Edição: Patricia Fachin, em IHU

“O papel realmente transformador das desigualdades e do ódio contra temas envolvendo gênero e sexualidade de maneira crítica deveria vir de uma pedagogia da diversidade que integrasse os currículos do início da socialização escolar”, afirma Christian Gonzatti, administrador da conta “Diversidade Nerd”, que através das redes sociais Instagram, TikTok, YouTube e Twitter trata de temas de gênero, sexualidade, política e diversidade à luz da cultura pop.

Com mais de 360 mil seguidores no TikTok e autor do livro “Pode um LGBTQIA+ Ser Super-Herói no Brasil?”, o pesquisador diz que as redes sociais e a cultura pop são canais que permitem a discussão sobre desigualdade e diversidade em ambientes que são contrários à pluralidade. “A cultura pop, por sua visibilidade e fonte de representações, acaba sendo fonte de apropriação para grupos conservadores, de extrema-direita. Como o foco desses grupos é construir-se como antissistêmico, criar uma falsa realidade em que eles estão ameaçados e em perigo, fabricar uma ameaça para entregar a solução e assim se manterem no poder, ter representações mais diversas em relação ao gênero e sexualidade na cultura pop funciona como uma possibilidade de materializar empiricamente essa falsa ameaça”, menciona.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU, ele reflete sobre as críticas à teoria de gênero e pontua que as pessoas por trás delas “acabam ganhando muitos apoiadores que são produtos de uma educação que nunca se comprometeu em formar indivíduos críticos e que entendam o que é diversidade”.

Christian Gonzatti é graduado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, onde também cursou mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação, com ênfase em Processos Midiáticos. É membro do Laboratório de Investigação do Ciberacontecimento – LIC, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, desde 2012, atuando em pesquisas que articulam temas do jornalismo, como as teorias do acontecimento, dos processos em redes e mídias digitais e dos estudos de semiótica.

Confira a entrevista.

IHU – Gostaria que você contasse um pouco sobre como sua história de vida – e você é uma pessoa bem jovem – impactou na sua produção intelectual e acadêmica.

Christian Gonzatti – Eu sempre fiz um movimento autocrítico – e a autocrítica é uma ferramenta muito reivindicada pelas teorias feministas e de gênero – de me questionar como a minha trajetória de vida se articula com a minha produção intelectual e acadêmica. O livro, inclusive, dá espaço a alguns desses dilemas na introdução, quando eu relato a importância de ver potência na minha mãe e em outras mulheres com quem convivi na infância e que eram prostitutas.

Costumo dizer que a minha jornada faz parte de algo estrutural, que é a jornada da pessoa LGBTQIA+ no Brasil. Tudo o que eu passei é muito comum a várias crianças e adolescentes queer: a solidão e o sentimento de me sentir estragado na adolescência, os pedidos a um divino para que mudasse minha condição, as agressões na escola, a invisibilidade, o trauma e por aí vai. Há um agravante nessa jornada que é o fato de eu ter ido para uma escola predominantemente masculina no ensino médio, por ser uma escola técnica em eletromecânica, o que já aponta para como até mesmo as profissões são generificadas, e nessa escola ter sido muito agredido em níveis simbólicos, discursivos e físico. Simbólico porque mais uma vez, ainda que estejamos falando do início da segunda década dos anos 2000, eu me sentia completamente apagado. Não ouvi, durante os três anos do ensino médio – já que não fiz o quarto ano, que seria o técnico -, nenhuma vez a palavra “gay” ou “lésbica” sendo usada de uma forma que não fosse como injúria. Não havia nenhuma abordagem positiva sobre diversidade na escola. Discursivo porque meus colegas me atacavam através de injúrias recorrentemente. Eu tinha mais de dez apelidos em sala de aula: “viadinho”, “Bambi”, “Harry Puto”, “Ney Matogrosso” e por aí vai. E, por fim, físico porque eu apanhei fisicamente de alguns colegas que diziam que eu merecia “levar uns tapas” para “aprender a virar homem”. Além disso, a dimensão da violência física também passou a ser autoimposta, tendo em vista que minha saúde mental foi abalada por esses episódios. Como sou asmático, comprava cigarros e fumava eles para ter crises de asma e não precisar ir para a escola. Também enfrentei pensamentos suicidas e mutilações. Minha adolescência foi roubada por uma sociedade que se recusa a reconhecer a existência de corpos queer. Por isso, esse aspecto do “quem eu sou”, da minha subjetividade que não é negada em nenhum momento quando estamos pensando em uma ciência da comunicação queer, está articulado a todas as teorias, métodos e epistemologias que me atravessam como pesquisador.

Para além disso, também sou filho de uma mulher que precisou abandonar os estudos com nove anos de idade e ir trabalhar como doméstica e hoje enfrenta uma doença degenerativa, sendo cadeirante, de um homem que trabalhava mais de 12 horas por dia para dar alguma dignidade e conforto para a sua família. Só pude frequentar a universidade devido a programas sociais como o Prouni e auxílio transporte e refeição para alunos de baixa renda, assim como fiz o mestrado e o doutorado com bolsas da Capes. Não há como desvincular sujeito e pesquisador e acredito que, apesar de jovem, as histórias que me constituem são histórias que apontam para a necessidade de construção de outros saberes e resistências.

IHU – O que é ciberacontecimento e como isso funciona dentro da cultura pop?

Christian Gonzatti – Ciberacontecimentos são acontecimentos que se configuram a partir das dinâmicas digitais. Ou seja, sem a internet e sites de redes sociais, eles não teriam acontecido. A cultura pop acaba sendo uma fonte inesgotável de ciberacontecimentos tendo em vista o aspecto volátil, efêmero e também fútil das pautas que as envolvem. Na tese, eu propus uma categoria de ciberacontecimentos pop para dar conta desses casos que emergem daquilo que é pop e se apresentam como notícias que, querendo ou não, acabam gerando experiências e afetando determinados públicos.

O lançamento de um trailer no YouTube e a publicação de alguma celebridade no Instagram constituem categorias de ciberacontecimentos pop. No entanto, para além dessas lógicas tão superficiais, há sentidos que surgem a partir dessas relações entre ciberacontecimentos e cultura pop que apontam para questões de teor político, que envolvem gênero, sexualidade, raça e outras diversidades. Como quando, por exemplo, uma produção é atacada com comentários racistas por ter uma protagonista negra ou ainda quando Beyoncé lança um álbum digital em que se posiciona mais politicamente diante do racismo. São esses casos que me interessam.

IHU – Como se caracteriza a cultura nerd no Brasil?

Christian Gonzatti – Podemos pensar uma cultura nerd no Brasil a partir de diferentes lugares. Podemos, por exemplo, olhar para os grupos nerds que se constituem a partir do consumo e interesse por produções predominantemente estadunidenses, como determinadas produções midiáticas de super-heróis e histórias em quadrinhos. Podemos também olhar para o que seria a produção de uma cultura nerd relacionada ao que se produz no Brasil, principalmente no âmbito de produtores de quadrinhos independentes. E obviamente esses espaços são diversos e se articulam, especialmente no primeiro caso.

A expressão nerd remete aos estereótipos veiculados pelo imaginário do cinema estadunidense em que um menino de óculos, desajeitado, muito estudioso, e que amava quadrinhos, funcionava como um contraponto a outras figuras de masculinidade, como o esportista popular. Os meninos de Stranger Things, Lucas, Will, Mike e Dustin, representam bem essa memória do nerd dos anos 1980. No entanto, com a visibilidade principalmente das grandes produções cinematográficas de super-heróis e super-heroínas, essa ideia de nerd, que no Brasil é praticamente um sinônimo para geek, começou a ganhar mais atenção, assim como o consumo e o colecionismo, que sempre foram características desses grupos, passaram a transformá-los em um nicho de mercado muito relevante para o capitalismo.

A internet também potencializou a visibilidade do que seria uma “identidade nerd”, possibilitando a criação de fóruns, canais e outras plataformas dedicadas a produções dos principais gêneros midiáticos que caracterizam a cultura nerd: aventura, fantasia e ficção científica.

Só que, na realidade, o interesse por histórias da cultura nerd, assim como por games, entendendo que a cultura gamer está entrelaçada à cultura nerd, nunca foi homogêneo, pertencendo exclusivamente a meninos brancos cisgêneros e heterossexuais que não são populares. E a visibilidade das produções que a constituem começou a gerar mais interesse ainda por narrativas ficcionais que compõem a cultura nerd. Mulheres e pessoas LGBTQIA+ começaram a ser vistos por algumas redes de cultura nerd como forasteiros, invasores de uma cultura que não pertence a eles, por redes de homens nerds que visam conservar um imaginário de ser nerd que nunca foi fiel à própria realidade.

E, no contexto brasileiro, isso também ocorreu, com muita inspiração no que vinha sendo feito por determinados grupos nos Estados Unidos. Políticos também passaram a acenar para pessoas que constituem grupos nerds e gamers. Bolsonaro faz isso quando promete, por exemplo, baixar os impostos de games no Brasil.

Em síntese, podemos entender que no Brasil a cultura nerd é “semiodiversa”, está articulada a diferentes ideologias e em disputa. Assim como há mulheres e pessoas LGBTQIA+ que se identificam como nerds e que usam a ficção para discutir desigualdade e outros problemas da sociedade, há homens e meninos de extrema-direita que se radicalizam no ódio contra o feminismo e os estudos de gênero e sexualidade a partir da entrada em redes nerd masculinistas.

IHU – Como as questões de gênero e sexualidade são tratadas em produções de cultura pop como os quadrinhos?

Christian Gonzatti – A cultura pop, produzida pelas lógicas das grandes indústrias culturais, não é a fonte mais transformadora de representações que rompem com estereótipos de gênero e sexualidade. No entanto, ela vem se apropriando de representações que se tornaram mais visíveis nos últimos anos devido aos avanços de pautas feministas, queer e do ativismo racial. Gosto muito da proposta de Douglas Kellner, que entende a cultura da mídia como um termômetro das transformações sociais. Nesse sentido, se a Disney faz um filme como Pantera Negra, em que elenco e produção são predominantemente compostos por pessoas negras, não é porque a Disney se tornou “militante”, mas porque ela está atenta que há abertura e interesse na sociedade para narrativas mais diversas.

Isso direciona para uma outra constatação: o público está interessado em histórias diferentes, que consigam ir além do que já estamos cansados de ver: o homem branco cis-hétero como salvador do dia. O mesmo vale para os quadrinhos. Em alguma medida, ter um Superman bissexual, Jon Kent, filho de Clark Kent, aponta para como existem pessoas interessadas, sejam de novas gerações ou não, em histórias diferentes.

IHU – Há alguns anos no Brasil os grupos conservadores têm ficado mais à vontade para expor suas posições. Como essa cruzada às minorias de gênero se materializa nos espaços de cultura pop, especialmente histórias em quadrinho, filmes e séries de super-heróis?

Christian Gonzatti – A cultura pop, por sua visibilidade e fonte de representações, acaba sendo fonte de apropriação para grupos conservadores, de extrema-direita. Como o foco desses grupos é construir-se como antissistêmico, criar uma falsa realidade em que eles estão ameaçados e em perigo, fabricar uma ameaça para entregar a solução e assim se manterem no poder, ter representações mais diversas em relação ao gênero e sexualidade na cultura pop funciona como uma possibilidade de materializar empiricamente essa falsa ameaça. Para além de todos esses interesses em poder, essas teorias conspiratórias de que a Disney, por exemplo, quer incentivar a “ideologia de gênero” (temo utilizado por esses grupos e que desinforma sobre gênero e sexualidade, dizendo que essas pautas querem destruir a família e fazer o mal para crianças) acabam ganhando muitos apoiadores que são produtos de uma educação que nunca se comprometeu em formar indivíduos críticos e que entendam o que é diversidade.

IHU – Aliás, o título do seu livro é “Pode um LGBTQIA+ ser super-herói no Brasil?”. Qual foi o gatilho que despertou o interesse nesta pesquisa e, mais, qual a reposta à pergunta que você mesmo formula?

Christian Gonzatti – Durante o doutorado, meu objetivo era entender como se caracterizam as guerras sobre gênero e sexualidade que acontecem na cultura nerd no contexto brasileiro. Quando Crivella tentou censurar a HQ “Vingadores: A Cruzada das Crianças” na Bienal do Rio de Janeiro em 2019 por ela ter um beijo entre os personagens Wiccano e Hulkling, eu vi ali materializado um acontecimento que possibilitava uma vastidão de materiais para refletir sobre o que eu estava pesquisando.

A pergunta do título do livro, “Pode um LGBTQIA+ Ser Super-Herói no Brasil?” é um pouco retórica. Como explico no livro, ela foi inspirada no texto de Gayatri Spivak, “Pode o Subalterno Falar?”. Sabemos que existem super-heróis LGBTQIA+ que reverberam no Brasil, outros que são criados aqui no país mesmo, como o Cara-Unicórnio. Ela visa mais entender sobre quais são os modos através dos quais essa existência é possível e o que ela aciona. Nesse sentido, diante de toda a desinformação sobre gênero e sexualidade que circula na sociedade, eu diria que para sobreviver em um Brasil com forças da extrema-direita no poder, toda pessoa LGBTQIA+ precisa ser um super-herói.

IHU – Entre os conservadores há um discurso, um tanto difuso, contra o debate de gênero e sexualidade em objetos da cultura pop, afirmando que é preciso “proteger as crianças”. Proteger do quê, exatamente?

Christian Gonzatti – Eles entendem que sexualidade é igual a sexo e sexualização, portanto, mostrar um personagem LGBTQIA+ para crianças é expor elas a temas sexuais, incitar a pedofilia. Esse entendimento de sexualidade aponta para a ignorância desses grupos sobre o assunto, negando que a sexualidade é um aspecto humano e cultural que envolve a descoberta sobre nós mesmos, o entendimento sobre os nossos desejos e os limites que devemos estabelecer para outras pessoas sobre os nossos corpos. A educação sexual, por exemplo, é um item dentro do guarda-chuva da sexualidade. Para crianças, por exemplo, em período de formação social, possibilita aprender que adultos não têm permissão para tocá-las em determinadas regiões e sobre como elas devem buscar ajuda caso isso esteja acontecendo.

Esses grupos dizem que a criança não tem sexualidade e que ela deve ser mantida isolada de temas envolvendo o assunto, além de política e gênero. Enquanto isso, sabemos, desde o momento dos chás de revelação [de bebê], em que se estabelece o azul para meninos e o rosa para meninas, que esses grupos já prescrevem histórias e destinos cis-heterossexuais para crianças. A verdadeira ideologia de gênero vigente é a imposição do destino cis-heterossexual desde o momento em que nascemos.

IHU – Você também administra a conta “Diversidade Nerd” nas redes sociais. Como é esse trabalho? Como se caracterizam os principais ataques dirigidos a você neste espaço?

Christian Gonzatti – A “Diversidade Nerd” está presente no Instagram, TikTok, YouTube e Twitter. Entendo ela como uma plataforma, no sentido de dar voz, que visa espalhar discussões sobre gênero e sexualidade e como uma possibilidade de popularizar o conhecimento científico sobre esses temas. Se o conhecimento acadêmico tivesse mais espalhamento na sociedade, seria difícil tantas pessoas acreditarem em notícias falsas sobre pautas LGBTQIA+, feministas e por aí vai. Como tenho tido notável visibilidade com o trabalho na “Diversidade Nerd” – no TikTok são mais de 360 mil seguidores -, alguns grupos conservadores e anti-LGBTQIA+ têm se incomodado comigo. O mesmo que acontece com os objetos que eu estudo tem, então, acontecido comigo. Além de mensagem odiosas, ameaças, [imagens de] corpos mutilados, também são feitas interpretações distorcidas do meu conteúdo e que visam me colocar como um perigo para as crianças. Agora também estão surgindo algumas informações falsas sobre quem eu sou. Recentemente, começaram a espalhar que eu tenho um Doutorado na USP em Sexualização Infantil e que defendo a pedofilia.

Esses perfis apegam-se à crença de que a internet é terra sem lei. A única forma deles entenderem que o que fazem é passível de ser penalizado – imputação de crime, calúnia, difamação – é serem responsabilizados juridicamente. Recentemente, fiquei sabendo que o Ministério Público está investigando uma das denúncias feitas sobre um perfil que persegue a mim e outras pessoas LGBTQIA+. São processos demorados, mas não podemos deixar isso passar impune. Sei também que esses ataques são feitos com a intenção de nos cansar e, assim, nos silenciar, pois é preciso ter tempo para ir atrás da penalização dessa gente. A melhor resposta é nos articularmos coletivamente e não pararmos. É, infelizmente, uma guerra.

IHU – Como os memes queer operam no meio digital e em que sentido eles funcionam como contraponto e tensão aos discursos de ódio?

Christian Gonzatti – Memes queer é a expressão que eu usei para qualificar as ideias que inserem ruído e questionam a hegemonia cis-heterossexual, que produzem reflexões sobre a importância de uma sociedade menos desigual, em que a diferença de gênero e sexualidade não seja acionadora de violências. No meio digital, eles possibilitam conforto, diversão e conhecimento a pessoas que precisam lidar com tanta ignorância e violência, muitas vezes dentro de casa. Podem ser espalhados e promover respostas para os discursos de ódio que os interpelam pela mesma lógica da trollagem, mas usando o shade e o deboche, por exemplo. O shade é uma resposta ou comentário feito com aquele tom “venenoso”. Foi desenvolvido pela comunidade LGBTQIA+. Nada irrita mais um conservador que não vai mudar, que está tolamente fechado para a diversidade, do que um shade.

IHU – Como pensar pedagogias da diversidade – tal como você postula nesse livro – em meio às nossas sociedades que são, ao mesmo tempo, tecnocientíficas e com um terço da população radicalmente conservadora?

Christian Gonzatti – O papel realmente transformador das desigualdades e do ódio contra temas envolvendo gênero e sexualidade de maneira crítica deveria vir de uma pedagogia da diversidade que integrasse os currículos do início da socialização escolar. No entanto, sabemos que essa parcela conservadora da sociedade visa barrar esse tema em todo o contexto pedagógico através do pânico moral que foi construído em torno da diversidade. Nesse sentido, defendo a possibilidade de nos valermos de espaços periféricos em relação à pedagogia, mas que também podem funcionar como dispositivos pedagógicos, para ensinar sobre gênero e sexualidade. É o que eu tenho feito na “Diversidade Nerd” e que tantas outras pessoas também fazem através da internet. Assim como as forças ignorantes, das trevas maldosas, souberam usar muito bem o digital para espalhar desinformação, nós, “o lado colorido da força”, também precisamos usar.

IHU – Deseja acrescentar algo?

Christian Gonzatti – Fica o convite para quem se interessa por temas envolvendo gênero, sexualidade, política, diversidade e cultura pop para conhecer a “Diversidade Nerd” e o meu trabalho nas plataformas digitais. O perfil no Instagram é @diversidadenerd_.

E que a força colorida esteja sempre com você!

Christian Gonzatti (Foto: Arquivo pessoal)

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